Filosofia Clássica, Romanos e início da Mediavalidade: Patrística e Escolástica
IDADE MÉDIA
O período entre 476, queda do Império Romano do Ocidente, e 1453, queda do Império Bizantino, é usualmente chamado de Idade Média.
Na Europa Ocidental, o mundo medieval tinha o latim como língua oficial e era fruto da fusão das culturas bárbara e romana.
A Igreja Católica Romana, ao longo do período medieval, construiu sua hegemonia na região.
A Idade Média é geralmente vista como um período de grande intolerância religiosa, associada especialmente à Inquisição e às Cruzadas.
Mas nessa época também surgiram diversos elementos da cultura atual, como as religiões islâmica e ortodoxa, as línguas modernas, as primeiras universidades, os hospitais, as notas musicais, os bancos, entre outros elementos.
Muitos avanços ocorreram na física, na ótica, na astronomia, na alquimia, na medicina, na anatomia, na agricultura e na filosofia.
Os pensadores cristãos utilizaram muitos elementos da filosofia greco-romana, especialmente Platão, Aristóteles e os estoicos.
A filosofia medieval insere-se nesse contexto histórico, podendo ser dividida em dois períodos.
PATRÍSTICA
No fim do Império Romano e na Alta Idade Média (séculos V-X), temos o período conhecido como Patrística, ou seja, a doutrina dos pais da Igreja. A Patrística pretende defender o cristianismo diante do pensamento pagão e hebraico, sendo responsável pela elaboração da teologia dogmática católica. São chamados, por isso, de apologetas, pois faziam a apologia, isto é, a defesa do cristianismo.
O problema central dessa corrente filosófica é: como conciliar fé e razão? Se em Isaías 7,9 está escrito “se não credes não entendereis”, como pensar corretamente? Fazem parte desse pensamento, por exemplo, São Justino (primeiro filósofo cristão, mártir em Roma em 167), São Clemente de Alexandria (150-215) e Santo Agostinho (354-430).
A lógica e a retórica gregas, assim como nos conceitos formulados por Platão (principalmente sua dualidade entre mundo material e espiritual), Aristóteles (substância, essência, potência etc.) e pelos estoicos (sua ética baseada na resignação, na austeridade e no autocontrole), são fundamentais para a formulação da teologia do período. Nesse sentido, a filosofia cristã pode ser enxergada como uma síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura greco-romana.
ESCOLÁSTICA
Já o pensamento cristão da Baixa Idade Média (séculos X-XV) é conhecido como Escolástica. A partir das reformas do papa Gregório VII, em 1070, ficou estabelecido que todas as abadias e catedrais tivessem uma escola (de onde vem o nome “escolástica”). Assim como na Patrística, a Escolástica também se ateve ao ideal de conciliar fé e razão. No entanto, se Santo Agostinho cristianizou as ideias platônicas, na Escolástica, Aristóteles foi o novo autor utilizado como paradigma.
O método escolástico de construção do conhecimento constituía-se na apresentação de uma questão (Quaestio), em seguida debatida (Disputatio) com argumentos baseados principalmente na Bíblia e em Aristóteles, estando presentes autoridades da Igreja Católica e conhecedores dos clássicos.
Por fim, uma conclusão única e inequívoca era apresentada (Determinatio). Tais métodos serão, posteriormente, rejeitados pelo Renascimento (séculos XIV-XVI), que valorizará a observação e a experimentação em vez da autoridade.
Hipatia de Alexandria - sim... existiram filósofas mulheres, e este é um exemplo que marca o início do período Medieval. É um filme muito bom que vale a pena ver...
https://www.youtube.com/watch?v=OD2VWJ97Fxg&t=632s
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